sábado, 30 de julho de 2011

Manifestantes fazem caminhada contra legalização da maconha em SP

PM contabilizou mais de mil pessoas; organização fala em três mil.
Participantes se reuniram no vão do Masp, na Avenida Paulista.

Marcelo Monegato 
  os manifestantes saíram do vão do Masp, na Avenida Paulista, em São Paulo, por volta das 11h deste sábado (30), para fazer a Caminhada contra a Legalização da Maconha. De acordo com os organizadores, o protesto reuniu cerca de três mil pessoas. Já a Polícia Militar (PM) contabilizou mais de mil participantes.

Duas faixas da avenida foram interditadas durante a passagem dos manifestantes. Segundo o capitão José Antonio Golini, responsável pela operação, aproximadamente 200 policiais foram destacados para acompanhar a caminhada.
 
Eles caminharam em direção à Assembleia Legislativa pela Avenida Paulista sentido Paraíso até a Rua Pamplona, depois passaram pelas ruas Caconde, Brigadeiro Luís Antônio e Manoel da Nóbrega.

Segundo a Polícia Militar, caminhada reuniu mais de mil pessoas 

Segundo os organizadores, uma nova caminhada está marcada para o dia 17 de dezembro. A previsão para esta passeata é que o número de participantes supere os 10 mil.


Partidos não estão longe de acordo sobre teto da dívida, diz Obama

Presidente dos EUA fez novo apelo a democratas e republicanos no sábado.
Ele disse que problema do déficit tem muitas saídas, mas há pouco tempo.

  O presidente dos EUA, Barack Obama, voltou a pedir neste sábado (30) que democratas e republicanos cheguem a um acordo rápido para elevar o teto do endividamento do país, lembrando que há "áreas significativas" de concordância para isso.
"Vejam, os partidos não estão tão longe disso", disse Obama em sua fala semanal por rádio e internet.
"Estamos diante de uma dura discussão sobre quando gasto precisamos cortar para reduzir nosso déficit", disse. "Estamos de acordo com um processo para encarar uma reforma fiscal e uma reforma da ajuda social. Há muitas saídas para esse problema. Mas há muito pouco tempo", disse.
Na noite de sexta-feira, o Senado dos Estados Unidos da América, dominado pelos democratas, , de maioria oposicionista republicana, para reduzir o déficit orçamentário do país e elevar o limite de endividamento do governo federal.
O projeto havia sido proposto pelo líder republicano John Boehner.
O prazo para que os dois partidos rivais cheguem a um acordo sobre o tema termina nesta terça-feira (2) , data em que o governo federal pode começar a ficar sem recursos para pagar suas dívidas.
 
O líder democrata no Senado, Harry Reid, planeja apresentar um projeto próprio no fim de Semana. Ele disse que espera que o líder da minoria republicana na casa, Mitch McConnell, ajude a chegar a um acordo. Mas ainda não havia promessa disso.
Obama voltou a advertir que qualquer solução para evitar o default deve ser bipartidária.
"Está claro agora que qualquer solução para evitar o default deve ser bipartidária", disse.
"Há muitas formas de resolver o problema. O Congresso deve encontrar pontos em comum sobre um plano que consiga o apoio de ambos os partidos na Câmara e no Senado. E deve ser um plano que eu possa assinar antes de terça-feira."
A economia dos EUA alcançou o teto do endividamento, de US$ 14,3 bilhões, em 16 de maio, e continuou operando graças a ajustes de contabilidade e a um aumento do ingresso de impostos.




Entenda a crise da dívida dos EUA e como isso afeta o Brasil

Governo tem até 2 de agosto para conseguir ampliar teto da dívida do país.
Eventual calote dos EUA teria efeitos também para o mercado brasileiro.

  

O governo dos Estados Unidos está correndo contra o tempo para não colocar em risco sua credibilidade de bom pagador. Se até o dia 2 de agosto o Congresso não ampliar o limite de dívida pública permitido ao governo,  os EUA podem ficar sem dinheiro para pagar suas dívidas: ou seja, há risco de calote - que seria o primeiro da história americana.
A elevação do teto da dívida permitiria ao país pegar novos empréstimos e cumprir com pagamentos obrigatórios.
Em maio, a dívida pública do país chegou a US$ 14,3 trilhões, que é o valor máximo estabelecido por lei.

Isso porque, nos EUA, a responsabilidade de fixar o teto da dívida federal é do Congresso.


Na segunda-feira, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou em pronunciamento na Casa Branca que a falta de um acordo que permita elevar o teto da dívida do país trará problemas sérios à economia.
Um eventual calote do país que é considerado o pagador mais seguro do mundo teria efeitos também para o Brasil: por exemplo, encareceria o custo de financiamento para bancos e empresas brasileiras, valorizaria o dólar e aumentaria o preço dos importados, o que geraria inflação.
No Brasil, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que espera “sensatez” do governo e de políticos norte-americanos para solucionar o impasse sobre a negociação da dívida dos EUA
Entenda os pontos mais importantes das negociações.

Debate e negociações
 
O presidente Barack Obama e os demais representantes do governo têm lutado nos últimos dias para convencer o Congresso a ampliar o limite de envididamento permitido ao governo.
Cinco rodadas de conversações na Casa Branca não produziram nenhum acordo, mas geraram disputas partidárias. As negociações devem ser retomadas no fim de semana.

Essa negociação é comum no Congresso americano, onde ocorre de forma periódica desde 1917 (data em que foi estabelecido um limite legal para o endividamento do país). Desta vez, no entanto, a renegociação do teto da dívida enfrenta um impasse.

O que é a dívida dos EUA
 
Assim como outros países  - inclusive o Brasil -  o Tesouro norte-americano emite no mercado financeiro papéis respaldados pelo governo para financiar as atividades do governo federal, como pagamento de funcionários e fundos de previdência.

No caso dos EUA, os  títulos são conhecidos como Treasuries, comprados por investidores do mercado financeiro que  são remunerados com juros: os títulos americanos são considerados os mais seguros do mundo e, por isso, atraem tantos investidores interessados em comprar seus papéis.
 
Para quem os EUA devem
 
Brasil, China, Japão, Reino Unido e os países exportadores de petróleo estão entre os maiores credores estrangeiros que detêm 32% dos títulos da dívida pública dos Estados Unidos.
Segundo os números do Departamento do Tesouro, a dívida pendente dos EUA somava, no último dia 30 de junho, US$ 14,3 trilhões, dos quais US$ 4,6 trilhões eram "pastas intergovernamentais" e US$ 9,7 trilhões eram dívidas nas mãos do público.
Os EUA devem somente ao Brasil a quantia de US$ 187 bilhões. O maior credor do país é a China, com US$ 1,1 trilhão, seguida pelo Japão com US$ 882,3 bilhões, o Reino Unido com US$ 272,1 bilhões e os exportadores de petróleo com US$ 211,9 bilhões.
Outros grandes detentores de bônus e títulos da dívida americana são os bancos radicados no Caribe, que acumulam títulos no valor de US$ 169 bilhões, Taiwan com US$ 155 bilhões, Rússia com US$ 151 bilhões, Hong Kong com US$ 135 bilhões e Suíça com US$ 107 bilhões
 
Por que a dívida está tão alta
 
O alto nível de endividamento dos EUA ainda reflete, entre outros fatores, efeitos da "ressaca" da crise financeira desencadeada em 2008 pela quebra do banco Lehman Brothers. Isso porque, em tempos de recessão, um país precisa de mais dinheiro para estimular a economia.

No caso dos EUA, o país emitiu mais papéis para ter dinheiro para evitar a falência de empresas e bancos em dificuldades, isentar  e reduzir alguns impostos, e pagar benefícios sociais como seguro-desemprego, mais necessários em épocas de demissões e cortes de pessoal.
A decisão de socorrer setores da economia que estavam em risco de falência endividou não só os EUA, mas de outros países que hoje enfrentam problemas com a dívida: Grécia, Irlanda e Itália, por exemplo.
Antes disso, os EUA já haviam gastado muito dinheiro ao longo dos anos para financiar guerras e ações militares. Iniciadas há quase dez anos, após os atentados de 11 de setembro de 2001, as operações norte-americanas no Afeganistão custam atualmente mais de US$ 2 bilhões (cerca de R$ 3,1 bilhões) por semana aos cofres americanos, o que tem despertado cada vez mais críticas, tanto de republicanos quanto de democratas.
 
Obama X oposição
 
Por trás da discussão em torno dos números da dívida, há uma disputa política entre parlamentares do governo e da oposição, como explica o economista Miguel Daoud, da Global Financial Advisor.
A oposição republicana, adversária política de Obama, exige que o aumento do limite seja vinculado a cortes maiores no orçamento americano dos que os desejados pelo governo democrata, com medidas como aumento de impostos e corte de benefícios sociais, que poderiam afetar a vida do cidadão americano comum.
"Como o Obama está prestes a começar uma campanha para reeleição, a oposição está exigindo cortes em setores da economia que vão afetar a popularidade do presidente", avalia Daoud.
O presidente norte-americano, por outro lado, quer sair do impasse sem frear ainda mais a economia. Obama disse concordar com maiores cortes de gastos e quer que os republicanos aceitem algum aumento de impostos sobre os norte-americanos mais ricos. Eles recusam.
 
E se o teto da dívida não for elevado?

Segundo uma pesquisa do centro de estudos Bipartisan Policy Center (BPC), os gastos federais podem ter que ser reduzidos em até 44% em agosto. O governo federal tem cerca de US$ 306,7 bilhões em obrigações a pagar no mês, a partir do dia 3. No mesmo período, a estimativa é de que a arrecadação seja de US$ 172,4 bilhões, o que obrigaria o governo a priorizar pagamentos.
O estudo mostra que os recursos arrecadados seriam suficientes apenas para pagar os juros da dívida, os planos de assistência médica Medicare e Medicaid, a previdência social, seguro desemprego e contratos de defesa. Sem cortes nesses setores, não haverá dinheiro para manter as próprias estruturas de governo, como departamentos de Justiça, Comércio e Trabalho; pagar salários, exército, programas educacionais e de moradia para as classes mais baixas.
 
Fama em risco

A agência classificadora de risco Moody's anunciou nesta quarta-feira (13) que considera , que atualmente se encontra no melhor patamar possível, em "Aaa". O mesmo aviso foi dado pela agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P).
Na prática, isso significaria aos EUA , que atualmente são referência de pagamento seguro no mundo, e têm, na avaliação das agências de classificação, risco praticamente nulo de calote.
 
Reclamação da China
 
A China, maior credor dos EUA com US$ 1,1 trilhão em bônus,  pediu que os Estados Unidos adotem medidas mais responsáveis a fim de proteger os interesses dos investidores nos títulos do Tesouro americano (Treasuries).
"Nós esperamos que o governo norte-americano adote políticas responsáveis para proteger os interesses dos investidores", disse Hong Lei, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China.

O que isso tem a ver com o Brasil

 
Na avaliação do economista Miguel Daoud, da consultoria Global Financial Advisor, um eventual calote dos EUA teria impactos econômicos  no Brasil, que vive momento de dólar baixo e forte consumo de importados.
Encareceria o custo de financiamento para bancos e empresas brasileiras, que precisam captar dinheiro no exterior; valorizaria o dólar e aumentaria o preço dos importados, o que geraria inflação; causaria também, consequentemente, a necessidade de se aumentar ainda mais os juros para controlar os preços.
"Geraria inflação com o importados, resultaria em aumento juros e aumentaria a proporção dívida/PIB", estima Daoud que, embora não descarte essa hipótese, considera improvável que um acordo entre governo dos EUA e Congresso não seja alcançado.
Com informações da Reuters, da BBC, da AFP e de agências internacionais

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